sexta-feira, 6 de maio de 2011

Entrevista com Natalia Viana do Wikileaks


Natalia Viana é uma jornalista independente que já ganhou prêmios na área e atualmente é editora do blog do WIkilieaks no Brasil. Abaixo seguem alguns trechos da entrevista que ela deu ao Andre Deak que foi postada no site Jornalismo Digital.
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Natalia Viana é uma das vencedoras da 7ª edição do Troféu Mulher IMPRENSA. Jornalista independente, começou na Caros Amigos, foi para Londres fazer pós-graduação e voltou de lá com contatos pelo mundo, produzindo para BBC, rádios internacionais, Guardian. Aqui no Brasil, edita o blog do Wikileaks associado à revista Carta Capital. O Wikileaks vem abalando algumas estruturas, tanto dentro de governos quanto dentro de redações. Em outra entrevista, quando perguntaram quem o Wikileaks intimida mais, os governos ou a imprensa, Natalia respondeu: “a imprensa. O Wikileaks não consegue substituir os governos”.

Por que Globo e Folha foram os escolhidos para parceria com o Wikileaks no Brasil?Porque são jornais que tem uma equipe estruturada, que poderiam se debruçar sobre esses papéis de maneira ordenada, tirando dali as notícias. Tem coisas que acho que não são notícias, e eles dão, tem coisas que acho que são, e eles não dão. Existem outros veículos, mas demos para o maior jornal do país, que é a Folha. E a Globo, que é de outra região, de um grupo grande também.

 
E se aliar a esses veículos trouxe credibilidade para o Wikileaks também.Claro. Ainda há outras coisas que queremos fazer, para cobrir espaços que esses veículos não entram. Estou observando nessa segunda fase [O Wikileaks fez uma parceria para distribuir seu conteúdo a blogs também, não apenas aos jornais acima] que os blogs não tem pernas, não tem a mesma estrutura desses veículos, o que não permite lançar – como queríamos – um documento novo por dia. Mas, ainda assim, a parceria com blogs interessa, já que há blogs específicos, de direitos humanos, que se interessam por alguns assuntos, ligados mais a interesses da esquerda, por exemplo, que os jornais não irão cobrir. Mas temos que repensar, porque se lançamos documentos sobre os quais ninguém escreve, não adianta. O que é o Wikileaks? É um site que divulga documentos pensando na melhor estratégia para lançá-los, para que tenham maior repercussão possível. É isso que era até hoje. Agora muda um pouco, passa a produzir conteúdos jornalísticos. Mas o princípio até agora era: não adianta lançar documentos que ninguém vai ler. A ideia é ter repercussão.

Você é uma das vencedoras da 7ª edição do Troféu Mulher IMPRENSA. Como avalia isso?
Fui indicada em 2005, quando eu estava na Caros Amigos. Naquela época eu não fiz campanha nenhuma, achava que não merecia… Mas agora fiz campanha, porque entendi que não é pra mim, Natália Viana, mas um prêmio que mostra duas coisas: que o Wikileaks é um veículo jornalístico – e essa é uma disputa ainda, com os veículos tradicionais. As pessoas reconhecerem que esse trabalho no Wikileaks é um trabalho jornalístico é importante. E outra coisa é que o trabalho de uma jornalista independente pode ser considerado o jornalista do ano. Isso é inédito. Tem muita gente fazendo jornalismo independente, mas tem muita resistência ainda, mesmo nos veículos, quando você tenta vender uma pauta.


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Postado por: Flávia Pereira
Texto da: Rayssa Bastos

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